Gerlene Muniz Kruse

Por Mariana Leal

“O prazer de realizar o que já foi sonho não tem preço”

 

Construindo a casa de sua boneca Susy foi quando Gerlene Muniz Kruse, ainda criança, decidiu que seria arquiteta. Em 1982, formou-se em Arquitetura e Urbanismo na Universidade Braz Cubas e estruturou uma carreira de sucesso ainda estagiando com alguns dos melhores profissionais do ramo na Região, como Francisco de Pasquali, Aldemy de Oliveira, João Marcos de Siqueira Branco e Ernesto Della Nina.

Assim que terminou os estudos, continuou por mais dois anos no escritório de Della Nina, casou-se e teve dois dos quatro filhos. Ficou, então, por algum tempo em casa, assessorando alguns arquitetos, fazendo perspectivas à mão dos projetos.

Após três anos de formada, Gerlene abriu um escritório em Mogi das Cruzes, em parceria com a colega de profissão, Ely Coelho. A proposta era desenvolver projetos de Arquitetura de Interiores, em parceria com outros arquitetos. A sociedade durou até 2004, quando Gerlene decidiu abrir seu próprio escritório.

Hoje, dando continuidade à proposta, ela desenvolve projetos de Arquitetura e também de Interiores, residenciais e comerciais.

Em entrevista exclusiva ao CDA em Revista, a arquiteta e urbanista conta um pouco de sua atuação no mercado e revela os pontos que mais a atraem na profissão.

 

CDA em Revista – O que te atrai na área?

Gerlene Muniz Kruse – Tudo o que diz respeito à humanidade e ao seu sentido criador.

 

CDA – No que a Arquitetura pode contribuir dentro da sociedade?

GMK – A Arquitetura representa a história construída da evolução do homem. Ela contribui como legado, como desenvolvimento do conhecimento, da cultura e da própria história.

 

CDA – No que procura pautar seus projetos, quando o objetivo, hoje em dia, é a busca pela sustentabilidade?

GMK – Todo projeto tem uma razão, um conceito em que se baseia para ser concretizado. Acho muito relevante levar em conta em nossos projetos as questões referentes à sustentabilidade, porém muito difícil aplicar em obras no nosso cenário de imediatismo e de orçamentos limitados.

Sempre que possível, uso materiais que tenham excelente qualidade. Penso muito no custo benefício, na durabilidade da proposta arquitetônica, procurando ser atual tanto estética quanto tecnicamente. Isso também tem tudo a ver com sustentabilidade, por haver preocupação com a interferência do edifício na paisagem urbana e com o impacto que a obra em si tem sobre o ecossistema.

Caminhop

 

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CDA – Qual o projeto que mais te deu trabalho, mas valeu a pena realizar?

GMK – Educar meus filhos com entendimento do que é estético, do que é o bem, do que é felicidade. Conceitos tão difíceis de entender num mundo que quase sempre só valoriza a aparência e bens materiais. Mas valeu a pena!
CDA – Quem é a sua inspiração?

GMK – Não consigo personificar inspiração. O processo criativo, já foi dito por alguém muito sábio e experiente, é composto por 10% de inspiração e 90% de transpiração

 

CDA – Seus ideais, quando ingressou na faculdade, mudaram depois da experiência adquirida durante os anos de trabalho?

GMK – Lógico. Eu achava que através da Arquitetura eu iria mudar o mundo. E foi a Arquitetura que mudou o meu. Mas eu ainda acredito que a Arquitetura é capaz de mudar hábitos, conceitos, cidades e pessoas.

 

CDA – Tem algo que decepciona na profissão e, ao mesmo tempo, te impulsiona a seguir em frente?

GMK – Tudo tem seu lado bom e seu lado ruim. Adoro o que eu faço, isso e o que importa. O prazer em realizar o que foi sonho um dia não tem preço.

 

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