Pingando para viagem

Pingando para viagem

Por 

Pingando para viagem

Para dar autonomia aquática àquelas mudinhas que não podem secar na minha ausência, já tentei várias gambiarras. Acho que agora achei a definitiva. Estou naquela fase de querer plantar de tudo em Piracaia e não paro de pensar numa sistema econômico de irrigação que garanta umidade constante ao menos para os brotos de plantas mais raras como o jacatupé, por exemplo, do qual só me restaram duas sementes.  

Já tinha visto irrigadores assim, pregados em varetas de bambu, mas ainda não tinha testado. Ontem, andando pela minha rua, vi numa calçada não só a garrafa de plástico necessária mas também um guarda-chuva quebrado. Pronto, pensei, até que enfim encontrei uma utilidade para este meu pensamento obsessivo de fotografar guarda-chuvas descartáveis deformados e largados depois da primeira trovoada. Digo utilidade para o meu pensamento porque ele me pôs atenta, afinal muita gente já tem reaproveitado os tais para bolsas e toalhas com o nylon e outras bugigangas com os ferrinhos.

Meu pai, que está aqui e desmontou o guarda-chuva para mim, contou que minha avó usava os panos de guarda-chuvas para fazer sainhas evasês para meninas mais pobres que ela (devia ficar uma maravilha!).  É claro que nenhum reuso justifica tanto lixo, pois mais importante que reciclar é reduzir o consumo –  a reciclagem também tem um custo ambiental alto. Mas a partir de agora vou usar estes cabos achados por aí para fazer suportes para pingadeiras ou tutores para algumas plantas.  Este cabo que encontrei era leve, de alumínio, fácil de furar para passar o fio que segura a garrafa.

Fiz furinhos na parte de cima da garrafa para fazer pingar a água, mas não precisa, porque fiz furo no meio para passar um cordão, como você pode ver na foto  (tampei os furos desnecessários com uns pedacinhos de cera de abelha).  O que entra de ar pelo furo do barbante já é suficiente para empurrar a água. Na tampa, também um pequeno furo.

Todos eles foram feitos com um ferrinho pontiagudo quente. O tamanho do furo vai determinar a velocidade do pinga pinga. Por isto, faça primeiro um furo bem pequeno. Aumente, se for preciso. Deixe a planta na sombra de uma boa luz, espete o cabo de guarda-chuva na terra e boa viagem!

guarda-chuva com garrafaFonte: http://come-se.blogspot.com.br/2011_10_01_archive.html

.